
No desenrolar dos eventos que culminaram na prisão de Domingos Brazão, suspeito de ser o mandante por trás do assassinato brutal de Marielle Franco e Anderson Gomes, uma narrativa de impunidade começa a emergir, revelando conexões obscuras que ecoam na política do Rio de Janeiro.
Figura proeminente na política local, Brazão já havia sido capturado pela Lava Jato em uma operação anterior, a Quinto do Ouro, em março de 2017. Nessa investida, desdobramento da força-tarefa anticorrupção, ele foi implicado em esquemas de fraude e corrupção no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), levando a questionamentos sobre como sua liberdade anterior pode ter contribuído para eventos posteriores.
Como conselheiro do TCE-RJ e ex-deputado estadual, Brazão foi acusado de receber propinas em troca de favorecimento em licitações e desvios de verbas públicas. Seu estilo meticuloso e esquivar-se de deixar rastros foi destacado em relatos do Ministério Público Federal, que descreveu suas tentativas de encobrir atividades ilícitas.
Apesar das evidências contra ele, Brazão escapou da prisão anterior, uma decisão controversa do Superior Tribunal de Justiça que agora está sob intenso escrutínio. Sua volta ao TCE-RJ após um período de afastamento, impulsionado por uma decisão judicial, alimentou especulações sobre o poder e influência que ele detinha na esfera política do estado.
A celebração da “democracia” por figuras como Brazão, mesmo quando enfrentam acusações graves, ressoa como uma ironia amarga para aqueles que clamam por justiça. O ciclo de impunidade, onde os culpados podem continuar a operar livremente, lança uma sombra sinistra sobre os alicerces da governança democrática.