
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu luz verde nesta sexta-feira para um plano de ação proposto pelo Exército, visando uma operação na cidade de Rafah, situada no extremo sul da Faixa de Gaza. A cidade é considerada por Israel um dos últimos bastiões do grupo terrorista Hamas e abriga grande parte da população civil palestina deslocada de outras regiões do território devido ao conflito. A decisão surge em meio a críticas abertas às ações do primeiro-ministro, inclusive por parte de aliados.
A aprovação para a operação militar foi confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro após uma reunião do Gabinete de Segurança. Segundo uma declaração sucinta ao público, as Forças Armadas estão preparadas para “retirar a população civil” antes do início da operação terrestre. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, apelou aos líderes mundiais para que bloqueiem a operação, argumentando que resultará em “mais um massacre e deslocamento adicional” dos palestinos.
Antes do conflito, Rafah, uma pequena cidade na fronteira com o Egito, com apenas 65 km², já enfrentava condições de pobreza, mesmo para os padrões de Gaza, abrigando 250 mil pessoas. Agora, estima-se que tenha uma população de 1,4 milhão, mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, com a maioria sendo pessoas deslocadas do norte e do centro de Gaza devido ao conflito. Na cidade, enfrentam-se severas escassezes de alimentos, água, remédios e abrigos.
Na quarta-feira, o porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que o país pretende remover os civis de Rafah para “enclaves humanitários” antes de iniciar o assalto por terra, acrescentando que a operação “necessária” dependerá “de condições que a permitam”.