A preocupação com a vida financeira deveria ser algo natural no cotidiano de qualquer pessoa. Contudo, para muitos, até abrir o extrato bancário ou organizar as finanças pode ser um grande desafio, acompanhado de desconfortos físicos como taquicardia, ansiedade e insônia. Para essas pessoas, o medo irracional sobre finanças pode ser um sinal de um transtorno conhecido como “fobia financeira”.
O que é a Fobia Financeira?
De acordo com a especialista em educação financeira Simone Sgarbi, a fobia é um transtorno de ansiedade caracterizado por um medo excessivo e irracional de uma situação. A fobia financeira se manifesta como um pavor desproporcional sobre questões relacionadas a dinheiro, contas e dívidas, o que leva a pessoa a evitar o confronto com suas finanças.
Sinais de Fobia Financeira:
- Preocupação excessiva com o dinheiro.
- Fixação nos problemas financeiros.
- Irritabilidade e dificuldades para dormir.
- Medo de perder o controle financeiro.
- Evitar olhar o extrato bancário ou as faturas do cartão de crédito.
- Comportamentos extremos, como ser muito avarento ou, pelo contrário, muito descontrolado financeiramente.
- Sentimento de desconforto extremo ao abordar o tema dinheiro, muitas vezes mudando de assunto ou saindo de situações quando o tema é mencionado.
Consequências da Fobia Financeira
O impacto dessa fobia pode ser significativo no cotidiano de uma pessoa. A incapacidade de lidar com as finanças pode impedir que a pessoa defina e atinja metas financeiras, dificultando a realização de sonhos e objetivos. Além disso, o descontrole financeiro pode surgir, levando a pessoa a não saber onde está gastando seu dinheiro e, em muitos casos, a tornar o medo de lidar com as finanças uma realidade, causando o superendividamento.
Simone Sgarbi também alerta que, ao evitar confrontar suas finanças, a pessoa pode estar criando um ciclo vicioso que acaba piorando a situação, gerando ainda mais estresse e descontrole.
Como Superar a Fobia Financeira
Existem duas abordagens eficazes para superar a fobia financeira:
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Terapia de Exposição: Essa técnica consiste em gradualmente expor a pessoa ao que causa sua fobia, como olhar os extratos bancários ou as faturas de cartão de crédito, com o apoio de um planejador financeiro. Essa abordagem ajuda a pessoa a enfrentar seu medo de maneira controlada e gradual.
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Terapia Cognitivo-Comportamental: Essa abordagem psicológica baseia-se na ideia de que é possível alterar os pensamentos, emoções e comportamentos interligados. A mudança de uma dessas áreas pode ajudar a modificar as outras, auxiliando no tratamento da fobia. O acompanhamento de um terapeuta com especialização em psicologia econômica pode acelerar esse processo.
Além disso, a especialista destaca que criar um ambiente familiar livre de “dinheirofobia” e conversar sobre finanças de forma aberta e natural é essencial para prevenir a formação dessa fobia nas novas gerações.
Conclusão
Superar a fobia financeira é possível, e o primeiro passo é reconhecer que a relação com o dinheiro precisa ser enfrentada e trabalhada. Procurar ajuda especializada, como a terapia cognitivo-comportamental ou o acompanhamento de um planejador financeiro, pode ser fundamental para restaurar o controle sobre as finanças pessoais e evitar que o medo de lidar com o dinheiro cause danos irreparáveis à vida financeira e ao bem-estar emocional.
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